Terreno recebe 300 caminhões com entulho por dia em Petrópolis

Lama e móveis foram retirados de áreas atingidas pela chuva. Destinação de material será resolvida com ajuda de geólogos, diz prefeitura.

Luciana Bonadio Do G1, em Petrópolis

Um terreno próximo às margens da BR-040 recebe, desde o início da semana, 300 caminhões ao dia, em média, carregados com entulho retirado dos bairros atingidos pelas chuvas em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Chamado de “bota fora”, a área foi improvisada para desobstruir mais rapidamente as vias do município, segundo o diretor da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep), Jorge Luiz Plácido.

“É só lama e resto de móveis que a gente está colocando aqui para liberar as ruas. Não tem material orgânico ou lixo doméstico”, afirmou ele. O descarte está sendo feito a cerca de 50 metros do Rio Piabanha e o diretor garante que há um monitoramento para evitar qualquer contaminação. “Não somos levianos”, disse. Equipes da prefeitura nivelaram o terreno, com cerca de 350 de largura por 150 metros de comprimento, para receber o material. O prefeito do município, Paulo Mustrangi, diz que a solução é provisória. “Essa área foi escolhida pela proximidade com o local do acidente”, afirmou. Segundo ele, os caminhões demorariam muito tempo para levar todo esse material até o aterro do município, que fica em um distrito mais afastado. O diretor do Comdep conta que um estudo deve determinar o destino do entulho. “Existem alguns locais, mas os geólogos estão analisando para ser uma destinação final correta.”

Limpeza pode levar 20 dias

Mustrangi acredita que a limpeza no município ainda deve levar entre 15 a 20 dias. “Mas em algumas comunidades, já estamos limpando as casas”, disse. No Vale do Cuiabá, em Itaipava, há “toneladas de árvores e pedras”, segundo o prefeito. Ele pretende fazer um acordo com madeireiros licenciados pelo Ibama para que a madeira seja usada em lareiras e fornos. “Como temos milhares de árvores derrubadas, talvez essas pessoas possam retirá-las.”

Petrópolis ainda tem regiões com acesso difícil por causa da destruição provocada pela chuva. Porém, o prefeito afirmou nesta quarta-feira (19) que as equipes conseguira chegar a todas as comunidades, levando comida e água. Segundo ele, o município tem enfrentado problemas sucessivos com os temporais desde 23 de dezembro. “Fica ferida para todo o lado, barreiras e pontes para repor”, contou.

O número de vítimas na Região Serrana do Rio já passa de 700 em seis cidades. Ainda há pelo menos 17 localidades em que só é possível chegar de helicóptero ou carro 4x4.

Pelos últimos levantamentos dos municípios, são 359 mortos em Nova Friburgo, 299 em Teresópolis, 62 em Petrópolis, 22 em Sumidouro, 6 em São José do Vale do Rio Preto e 1 em Bom Jardim. Só em Teresópolis, ainda havia 5.058 desabrigados e 6.210 desalojados nesta manhã.

Texto retirado do artigo original do g1.globo.com, por Luciana Bonadio

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